Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
23 de Abril de 2024

Número de crianças na fila de adoção é menor que número de pessoas interessados em adotar

Publicado por Elisabete Porto
há 10 anos

Nmero de crianas na fila de adoo menor que nmero de pessoas interessados em adotar

De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção (CNA) divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o número de crianças e adolescentes habilitados para a adoção em todo o Brasil (5.491) é menor do que o número de casais ou pessoas interessados em adotar (31.688). A estatística poderia representar a solução para muitas destas crianças que buscam uma nova família e lar, não fosse um detalhe: a maioria delas não possui o perfil buscado por grande parte dos adotantes.

Ainda segundo o CNA, o Estado da Paraíba é o 4º do Nordeste com pretendentes cadastrados e habilitados para adotar um filho (a). São 347 pessoas aptas, a maioria entre 41 e 50 anos – dado desproporcional ao número de crianças disponíveis para adoção no Estado: 55. Mesmo assim, 106 adoções foram realizadas no ano de 2013 e, 103, em 2011, conforme informações da 1ª Vara de Infância e Juventude da Capital.

Para o coordenador de Infância e Juventude do Poder Judiciário da Paraíba, juiz Adhailton Lacet, os candidatos à adoção tem preferência por crianças de 0 a 2 anos, idade que não corresponde à maioria das crianças acolhidas institucionalmente no Estado.

“As pessoas tendem a achar que é mais fácil educar uma criança que está nos primeiros anos de vida, do que uma que já possui 10, 12 ou 14 anos de idade, que já teria vícios comportamentais e mais dificuldades de se adaptar à nova morada”, explicou o magistrado Adhailton.

Ele acrescentou, também, que o Tribunal de Justiça da Paraíba, através da Coordenadoria de Infância e Juventude (Coinju), investe em cursos de adoção, com a finalidade de orientar os adotantes e mostrar que o gesto é um ato de supremo amor, e que as crianças, independente da idade, podem se adaptar à nova vida, através de carinho e amor.

A psicóloga do Setor de Adoção da 1ª Vara de Infância e Juventude da Capital paraibana, Maria Carolina Lopes Granja, informou que há 160 pessoas habilitadas apenas em João Pessoa, onde existem 44 crianças disponíveis. Ela conta que a maioria dos casais/pessoas prefere bebês, do sexo feminino, e que este perfil restrito é um aspecto que dificulta o processo.

“Não podemos induzir um casal que só quer um filho recém-nascido a adotar uma criança de 10 anos, porque existem grandes chances de dar errado, tanto para a criança quanto para a família”, ressaltou.

A psicóloga falou também sobre a necessidade de mais campanhas informativas, que abordem junto à população, que não há uma idade mais oportuna para se adotar. “Não se utiliza mais o termo ‘adoção tardia’, pois é uma expressão que parte do pressuposto de que haveria uma idade certa para adotar e não concordamos com esta lógica. O que tem que estar mais evidente é o desejo real de ser pai ou mãe”, opinou.

Procedimento – Os interessados em se cadastrar para adoção, devem procurar a Vara da Infância e Juventude da comarca, onde efetuará a inscrição, realizará um processo de habilitação e ficará na fila de espera, no Cadastro Nacional de Adoção, que é alimentado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Quando aparece uma criança no perfil desejado pelo casal/pessoal cadastrada, é iniciado o estágio de convivência, que começa com visitas dos futuros pais aos abrigos, depois visitas domiciliares das crianças nos finais de semana, com acompanhamento psicossocial da Infância e Juventude, nesta fase de adaptação. “Quando detectamos algo que não é positivo no processo, podemos intervir, pedindo o encerramento daquele estágio, assim como a criança e a família também podem, se assim desejarem”, pontuou Carolina.

Por Gabriela Parente

(Fonte: http://www.tjpb.jus.br/numero-de-criancas-na-fila-de-adocaoemenor-que-numero-de-casais-interessado...)

  • Sobre o autorAdvogada, Mestre em Ciências Jurídicas, Especialista em Direito Previdenciário.
  • Publicações17
  • Seguidores61
Detalhes da publicação
  • Tipo do documentoNotícia
  • Visualizações6943
De onde vêm as informações do Jusbrasil?
Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/numero-de-criancas-na-fila-de-adocao-e-menor-que-numero-de-pessoas-interessados-em-adotar/134630963

Informações relacionadas

Conselho Nacional de Justiça
Notíciashá 12 anos

Cidadão pode consultar dados do Cadastro Nacional da Adoção na internet

OAB - Seccional Maranhão
Notíciashá 15 anos

Número de pessoas que querem adotar é maior que o de crianças

Priscila Lima, Advogado
Artigoshá 3 anos

Devolução de criança adotada

Camilla Nascimento, Advogado
Artigoshá 8 anos

A dívida com o FIES e suas implicações

Renata Patrícia, Advogado
Artigoshá 3 anos

Apologia ao Crime art 287 do CP

2 Comentários

Faça um comentário construtivo para esse documento.

Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)

Tenho alguns amigos adotados, são muito semelhantes a filhos legítimos quanto ao relacionamento pais x filhos.
Quase nada a ver com o assunto, mas um ponto que me revolta é que alguns dos cadastrados a serem pais adotivos ainda além de buscar bebês, ou numa média de crianças até 4 anos, ainda quer que se pareça com um deus grego: branquinho, olho claro, loirinho...
Enquanto que há pessoas, não tentando forçar a demagogia, mas ela cola feito chiclete no assunto, que alcançam a maioridade em orfanatos, sem saber o que é ter pais, acolhimento, patronagem e maternagem.
Dizem os adotantes: "pode ser que se eu adore um pré-adolescente, ele se torne um psicopata e me mate em um surto". Já ouvi isso.
Se eximir da responsabilidade de tratar o adotado com amor, que seja adotado com 16, sei lá... SERÁ que não tem jeito?
Só vomitando um pouco do que já ouvi sobre adotantes...
Não tem nada de amor nisso, é só um vínculo fraco, que nada tem a ver com adotar, e sim recrutar para afagar desejos egoísticos.
Creio que se um adotante REALMENTE quer adotar, pode adotar um barbadinho, preto ou uma mocinha já com características de mulher, com laços de amor autênticos, transformar histórias que quase sempre terminam mal em verdadeiros e comoventes roteiros de filmes de Hollywood sem sair de casa. continuar lendo

Vc. tem toda razão, Rafael. Estes aspectos que apontou são preocupantes, entretanto, o que se busca é exatamente a adoção por amor, com a dos seus amigos, e alguns dos meus, isso sim, talvez tire das ruas futuros delinquentes e, por outro lado, coloque sob o mesmo teto pessoas que descobrem a sensação de amar-se desde sempre . Uma boa tarde!
Elisabete continuar lendo